Autora de O quinze e Memorial de Maria Moura é lembrada com a publicação de Mandacaru, livro de poemas escrito em 1928.
Rachel de Queiroz (1910-2003) completaria hoje 100 anos. Em seus 93 anos de vida escreveu romances, crônicas e peças de teatro. Gostava de dizer que era jornalista profissional e romancista amadora. Publicou crônicas em vários jornais, inclusive no Estado de Minas. Em sua longa vida, escreveu sempre de forma disciplinada, com estilo simples, direto e corajoso. Estreou cedo na literatura, aos 19 anos, em 1929, com o romance O quinze.
Mas já vinha publicando textos em jornais do Ceará desde a adolescência. Seu centenário vai ficar marcado pela publicação do livro de poemas inéditos, Mandacaru, que será lançado hoje, no Rio de Janeiro, em edição em fac-símile do Instituto Moreira Salles, organizado por Elvira Bezerra.
Mandacaru tem 10 poemas, com temas nordestinos (como “Êxodo”, “Meu padrinho” e “Lampião”), que poderiam ter dado outro rumo à carreira literária da escritora. Mas Rachel preferiu guardar os poemas, que esperaram 82 anos para vir à luz. A decisão pela estreia literária com a publicação do romance O quinze foi acertada, pela repercussão que teve na história da cultura brasileira. O livro deu origem ao período que passou a se chamar “romance de 30”, do qual ela foi uma dos pioneiras, ao lado de José América de Almeida.
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