BRASÍLIA - O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou durante entrevista coletiva, que o governo vai tentar reverter a decisão da Justiça que suspendeu o Exame Nacional do Ensino Médio 2010 (Enem) realizado no último fim de semana. Haddad defendeu que houve um número "relativamente pequeno" de relatos de candidatos prejudicados com os erros nas provas nos cadernos amarelos. Ele atribuiu o problema a "falha humana".
O ministro ressaltou ainda que mantém a decisão de não refazer o exame, mas apenas provas aos estudantes prejudicados que receberam o caderno amarelo com erros de impressão.
- Estamos absolutamente seguros que a prova do Enem é tecnicamente sustentável em todos os pontos - disse Haddad, reforçando que irá sustentar a tese até o final.
Segundo Haddad, o ministério irá explicar à juíza que o uso da TRI permite a comparabilidade no tempo de provas distintas.
- Nós vamos levar à consideração da juíza o que nos parece ser sua maior preocupação, que é o fato de que as pessoas estariam submetidas a provas diferentes quando o exame for reaplicado. Mas o TRI permite que elas sejam submetidas a questões de mesmo peso - disse o ministro.
Em relação aos problemas verificados nas folhas de respostas, o ministro procurou minimizar o erro justificando que "os relatos foram poucos". Ele lembrou ainda que a gráfica assumiu a responsabilidade pelo problema ocorrido com as provas amarelas.
- Não estou querendo subestimar os problemas - garantiu.
Haddad disse ainda que o ministério continuará apurado os fatos e confirmou abertura de sindicância para apurar o erro nos cartões de respostas.
- O ministério irá fazer uma sindicância. É preciso ter cautela para não responsabilizar indevidamente quem não tem culpa - afirmou o ministro.
Haddad afirmou que o problema foi relatado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda no domingo (7), quando o ministro também pediu autorização para se ausentar da viagem para Moçambique com o presidente por conta do Enem.
O ministro disse que esteve em contato durante o dia com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, além de representantes da Defensoria Pública da União, da gráfica responsável pela impressão e do consórcio responsável pelo contrato com a gráfica.
Sobre o eventual impacto dos erros de impressão na credibilidade do exame, o ministro afirmou que isso não deve ocorrer, a exemplo, segundo ele, dos problemas do ano anterior.
- Quero crer que, pelo que ocorreu no ano passado, que foi infinitamente mais grave, mesmo assim tivemos um aumento de 10% dos inscritos e dobramos o número de instituições que aceitam a nota do Enem para o ingresso de estudantes. Por isso, acho que a credibilidade não deve ser abalada - disse.
Liminar suspende Enem
Sobre a suspensão da prova, determinada pela Justiça Federal do Ceará , o ministro disse que a consultoria jurídica do MEC tentaria reverter a decisão. Os advogados vão prestar esclarecimentos sobre a metodologia do Enem, e, caso não convençam a juíza, vão recorrer da decisão. (Leia mais: Defensoria pede anulação das provas do Enem, mas presidente do Inep descarta)
Haddad disse que outras liminares (decisão provisórias) já tentaram suspender o Enem no passado, mas que em todas as ocasiões as decisões foram revistas. O ministro disse ainda que a consultoria jurídica avalia se, caso a suspensão seja mantida, existe problema em colocar no ar o sistema para que o aluno indique como preencheu o cartão de respostas da prova. A previsão é que o sistema esteja funcionando até quarta-feira pelo site do Inep ( www.inep.gov.br ).
Haddad defendeu que o Enem é "absolutamente sustentável" sob o ponto de vista técnico e disse que não cogita marcar um novo exame.
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